sexta-feira, 20 de maio de 2011

Amuleto


Quando bate aquela vontade de gritar, escrevo. Assim como quem não quer nada. E vou esparramando no papel, seja ele em branco ou já rabiscado, feito aquarela...cores, letras e ninhos, bem forrados. O que eu não quero é entris[tecer] minha alma e acabar escrevendo aquilo que eu nunca me diria (pelo menos não nos dias de hoje, depois de muito aprender). O que eu mais quero, é deleite...O que eu mais quero está contido no silêncio e beleza da primavera. Tempo de goiabeira pronta pra fazer doce em compota e ser feliz. Tudo tem cor. E peço a Deus que nunca me prive de vê-las, que minha coloração nunca seja esquecida. Desejo gritar, e calar logo em seguida. Da forma que eu sei fazer. Da forma singela que abraça minha alma e serve um café com bolo quentinho, só esperando o papo de uma palavra e meia. - porque falar muito me cansa - Da forma que apazigua meu espírito e pede pra que eu pare de choramingar pelos cantos da casa. Da forma que me sinto completa, e todas as outras coisas nem existem mais...
Que eu nunca coloque o silêncio apenas como enfeite ou admiração, mas que ele revista minha essência e seja resposta para tantas explicações desnecessárias. - o silêncio nunca foi mudo - Que eu nunca esqueça onde colocar meu coração e  sobretudo, saber que quando me sinto mais sozinha, é que estou acompanhada.
Minha mente acalma, porque antes de levantar, bem cedinho, eu rezei. Só porque vem um passarinho todos os dias me inspirar a respirar. Ele é meu amigo. E habita em minha morada, assim, quando estou bem mansinha e com as mãos juntas, perto do queixo.
Fecho os olhos , 

2 comentários:

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