Eu caminhei alguns passos
para chegar até lá. Não sei dizer ao certo quantos, porque faço o mesmo trajeto
todas as manhãs, e o percurso sempre ganha nova forma, nova percepção. Todas as
vezes que eu me recordo por onde andei ontem, eu me busco por firmar passos em
solidez no instante agora. Eu sei que o caminho é longo e sei também que por
muitas vezes ele me pediu silêncio quando minha maior vontade era deixar as entranhas egoístas vir à tona. Confesso
que algumas vezes meu martírio era em volta de tudo o que me compunha e do que
eu queria me tornar, mas meu querer não se prostra em tantos poucos. Meu querer
não pode se reter a um tanto mínimo, porque o meu muito é muito cheio de amor.
E minha vontade ainda pede calma para sobreviver.
A cada passo que dou eu vejo o quanto preciso me
doar nas portas que escolhi abrir e as que escolhi não ticar sequer na
maçaneta; nos papeis que me deleitam e testemunham uma vida tão sentimental;
nos olhos que eu vejo e refletem vida através de uma lente divina; e por todas as
estradas de tijolos amarelos que eu queira desenhar e refazer quantas vezes
preciso for.
Eu caminhei alguns passos para chegar até aqui. E
quando eu sentir vontade de chorar por uma coisa pouca, bem pouca, que eu saiba
enxergar amor em tudo, principalmente na ausência de.
Iwska Isadora
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