sábado, 8 de outubro de 2011

Burilando

Burilar: Fig. Trabalhar qualquer coisa com cuidado; [re]tocar.

" E ela mesma resolveu escolher tomar este caminho de cá, louco e longo e não o outro, encurtoso." (João Guimarães Rosa)


A tensão no mundo concreto não balança as folhas da laranjeira em meu quintal. Elas são bonitas mas não são bobas não. Dançam pro vento e lá se vai perfume a quem quiser...Balançam quando algumas folhas avisam que vão embora, porque é chegada a hora. De renascer. Todas elas, as que ficam e as que vão, sabem das razões para retribuir a gentileza do sol e da chuva [revelando crescimento]. Entre ambos: arco-íris. Pra não esquecer do meio, sabe. Do antes de. Do quase lá. Aos pouquinhos, certezas benfeitoras agarram-se nas raízes de um solo fértil, mais que útil. E mostra que raíz não vem como prisão, mas sustento do que nasceu quando você menos esperou e do que há de vir. Aprendi a pisar no chão descalça pra sentir areia entre os dedos, mas aprendi também a não limitar meus olhos com material corrompido.
Vai tão mais longe.. É tão mais perto..
Céu azul, sem dúvida, é um bom amigo da laranjeira no quintal de dentro de mim. De dentro de nós.

Um comentário:

Pode dividir seu fragmento mental :)